Fragmento de palavra

Se eu ousasse me perder no outro,
Ou apenas tivesse a coragem
De me reinventar por novos fluxos,
Talvez não mergulhasse nessa estupidez viral

Ameaçar e querer sair de mim?
Foi estranhamente prazeroso desejá-lo,
Pois meu pensamento se arriscou em um mundo de novas palavras
E sorria para tais desconhecidas, sem sufocar.

Fui me perdendo da coisa minha
E dispersando os meus “eus” pelos arredores,
Gozando das formas bizarras
Das mãos risonhas que me desconstruiram.

Me perdi na ideia, na identidade, na invenção da verdade
Para encontrar em holocausto mental
Pedaços de “mini-eus” embaralhados em convulsão,
Enlouquecendo os meus fragmentos no espelho.

Eu, em potência, por toda parte!
Em espelhos refletindo a coisa medonha e fragmentária,
Inventando, verdades diversas,
Experimentando, expressões quase singulares.

E, com efeito, suspeito querer voltar,
Imergir no caos, reestruturar minhas partes
E encontrar a face minha, essa estranha desfigurada,
Em um espelho qualquer.

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