Cócegas nas horas

Essas mãos brincam com meus pensamentos
E, divertidas, desarrumam palavras dentro de mim,
Me envolvem e levam para um universo delirante
No qual a razão deixa de ser

O que há de terno em nossos dentes
Se converte em devaneio lascivo e incontrolável
Embriaguez poética que começa nos cabelos,
E se espalha até os dedos dos pés
Com delicadeza, mesmo na fúria dos sentidos

Entre a cama e o corredor
Dedilhar as horas em pentatônica menor,
Zombar dos ruídos e destapar buracos no tempo

E quando olhos sorriem
Surge aquele segundo exato
Que irá então vagar pela eternidade da lembrança
Em uma distorção da lógica estranha, veloz e,
No entanto, deliciosamente necessária

Eu, você e a dispensa da sua mãe
Eu, você e uma ruiva qualquer
Eu, você, Sid, Nancy e uma velha rica (e cafona!)
Eu. Você. Blues Antropológico.
Cócegas nas horas.

Comentários

Postagens mais visitadas