Rascunho pra você ler [de olhos fechados]
O que é que há
no transcorrer dessas horas (se são horas, se são, se...)
Esse parecia ser um outro tempo. Outra configuração. Cronologia. Calendário. Realidade observável. Outro modo, nova forma de vida.
Eu faço essas listas. Um remédio da minha cabeça.
Eu busco amanhecer nessa instância, nessa fração de existência em que eu acordaria sem esse outro olfato meu. Não a farejar a sua nuca, não. Nunca as dobras da curva pra o lado de dentro, de você.
Eu me lanço às fronteiras de fora, dobro as curvas pra esse outro externo. Elas me trazem pra dentro. Eu me seco de você, estou úmida. Me perco dessa força elemental, mas há um animal belo e extraterreno me observando na calçada, debaixo duma luz dura-bela-brutal e alaranjada. Atravesso pra fora da luz. Sombra. Me ilumino suspensa nesse pós-impressionismo acachapante. Levanto de um tombo só. Abro os olhos, narinas, percepções-bicho PARA FORA: DENTRO. Paradoxo espaço-tempo.
Pelamor, o que é que há?
Não é fora, nem é interior. Princípio-fim de só ser. Mas eu só queria andar distraída.
Dedos entrelaçados nos pés. [Nos sonhos.] Naquela víscera que não se sabia existir. Órgão com corpo todo tripa dentro, corpo sem vísceras fora.
6 (seis) colheres cheias de café. 2 (duas!) pitadas de canela.
[Não deixa a água ferver. Porque queima. o. pó. E diz que canela disfarça com uma coisa toda coisa.]
Aí você chega carregado de sinos que te anunciam. E eu, eu escuto os seus sinais.
Um lista: calça duas vezes maior; a rua que entra junto com a voz - dois pontinhos a mais de volume; 2 colheres de garrafas de cafés - SIM! - cinco pontinhos a mais de cafeína; a rua; um buraco no peito de cano cortado para palavras-tiro. [E toda essa intimidade constrangedora.]
Brasa constantemente acesa. Debaixo d'água. Viva. Quente. Molhada. Acesa. Vazia. Cheia. CHEIA. Fogo. Água. Meu copo transbordante, como eu.
Mas o que é que há? Que não se sabe, cabe, conecta, bate, domina; meio leve, inteiro denso.
Fora.
Dentro.
Encostar de umbigos. Cosmologia. Metafísica. Má disposição metafísica. Química. Vivo. Morto. Vida latente, insistente.
O revés. Do revés. De um parto, selvagem, sem dor.
mas o que é. é o que. há? (???)
no transcorrer dessas horas (se são horas, se são, se...)
Esse parecia ser um outro tempo. Outra configuração. Cronologia. Calendário. Realidade observável. Outro modo, nova forma de vida.
Eu faço essas listas. Um remédio da minha cabeça.
Eu busco amanhecer nessa instância, nessa fração de existência em que eu acordaria sem esse outro olfato meu. Não a farejar a sua nuca, não. Nunca as dobras da curva pra o lado de dentro, de você.
Eu me lanço às fronteiras de fora, dobro as curvas pra esse outro externo. Elas me trazem pra dentro. Eu me seco de você, estou úmida. Me perco dessa força elemental, mas há um animal belo e extraterreno me observando na calçada, debaixo duma luz dura-bela-brutal e alaranjada. Atravesso pra fora da luz. Sombra. Me ilumino suspensa nesse pós-impressionismo acachapante. Levanto de um tombo só. Abro os olhos, narinas, percepções-bicho PARA FORA: DENTRO. Paradoxo espaço-tempo.
Pelamor, o que é que há?
Não é fora, nem é interior. Princípio-fim de só ser. Mas eu só queria andar distraída.
Dedos entrelaçados nos pés. [Nos sonhos.] Naquela víscera que não se sabia existir. Órgão com corpo todo tripa dentro, corpo sem vísceras fora.
6 (seis) colheres cheias de café. 2 (duas!) pitadas de canela.
[Não deixa a água ferver. Porque queima. o. pó. E diz que canela disfarça com uma coisa toda coisa.]
Aí você chega carregado de sinos que te anunciam. E eu, eu escuto os seus sinais.
Um lista: calça duas vezes maior; a rua que entra junto com a voz - dois pontinhos a mais de volume; 2 colheres de garrafas de cafés - SIM! - cinco pontinhos a mais de cafeína; a rua; um buraco no peito de cano cortado para palavras-tiro. [E toda essa intimidade constrangedora.]
Brasa constantemente acesa. Debaixo d'água. Viva. Quente. Molhada. Acesa. Vazia. Cheia. CHEIA. Fogo. Água. Meu copo transbordante, como eu.
Mas o que é que há? Que não se sabe, cabe, conecta, bate, domina; meio leve, inteiro denso.
Fora.
Dentro.
Encostar de umbigos. Cosmologia. Metafísica. Má disposição metafísica. Química. Vivo. Morto. Vida latente, insistente.
O revés. Do revés. De um parto, selvagem, sem dor.
mas o que é. é o que. há? (???)
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