Nessun Dorma
Senhoras
de meia idade, o inferno de Dante e olhos cravados no teto. Um anseio de
morte que não conhecia.
Um velha e conhecida canção que
um insone escuta em outra extremidade geográfica. Sem nome, sem rosto. Acredita
que guarda algum mistério.
Abre um vinho para saborear o
seu melhor momento de herói romântico. Se prepara para o gran
finale.
Ensaia no espelho a máscara
dramática e toda a mecânica da catarse que estaria por vir.
Ninguém
dorme. Ele grita. Ninguém ouve. Nem ele. Implosão.
Primeiros espasmos de consciência. Uma sinapse que
constrange. Sente uma vergonha que nunca havia sentido. Tentou se matar com
antigripais.
É isso tédio, solidão, paranoia? Não, é apenas o
tempo.
Vai comprar o pão pela manhã.
Comentários
Postar um comentário