Prato Feito

Não vou te dar a minha cara
Mas se bem te parecer, Joana
Usar meu gosto tão ateu,
Vou deitar os meus sais nos teus
pelos, até me molhar

Dispenso os apelos vãos
Os zelos, os traços metais
Despe essa meia rasgada,
É dito que nada te cai

E que essas noites azuis
Aplastam a tua volta
E te encontro atracada
Com outras calçadas tão frias
Que te conferem chão, e volto,
Acalmo tua boca sarjeta
E tuas paredes-jornais

Só peço, não salgue de festa
O feijão,  separa a farinha
Que eu não vou arriscar a minha
Sorte, mas lambuzo as pontas
Dos dedos, e nessas esquinas,
Se quiser me dar de comer.

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